Ando sorrindo...
Pleno inverno, mas sinto primavera. A primavera chegou antes este ano, tenho certeza.
Sete de Setembro para ser mais exata, e desde então não consegui parar de sorrir.
Sorrio tanto que sinto dores nos músculos do rosto.
Sorrio tanto que o sol decidiu vir morar em mim.
Então as lágrimas secaram, mas os olhos continuam molhados de tanto que sorrio.
Vi um beija-flor essa manhã e sorri.
O mar daquela foto, me fez sentir o cheiro de maresia.
Imagine você, eu sorrindo.
Sorrio com o corpo todo, como no pulsar do coração.
Sorrio tanto que o sol resolveu morar dentro de mim também.
Sorrio tanto, como se fosse uma adolescente, uma adolescente apaixonada.
Quem nunca sorriu assim? Eu já, em setembro, mês da primavera, mês do "sorrio tanto".

"Você escreve?"

Essa foi a pergunta que ouvi com espanto.

Como assim, se eu escrevo?

Me senti um ser dotado de dada sabedoria e ao mesmo tempo de um infinita "minemês" (como se essa palavra existesse). Todos podemos escrever, ou não? O que a educação fez com a gente? Nos fez acreditar que quem escreve é muito, é mais, não é bem assim respondi eu.

Pq? Pq respondi isso?

A resposta é TODOS nós escrevemos, TODOS nós podemos. Assim como falar vc tbm tem algo a dizer...

A mistura de insignificância e supremo orgulho do que se faz se misturaram.

Me fazem me sentir, mais.

Ser leve, como se exercita esse dom?
Me sinto pesada em tudo o que faço, no meu andar e falar, no trabalhar, e quando descanso, me jogo de uma forma que nem pensar quero. Normalmente me prendo na TV ou no celular. Para não pensar.

Mas não é o pensar que faz crescer? Acho que não a mim.

Hoje ao deixar o Gui na casa da minha mãe ele começou um choro que queria ir embora, sono? Frustração por eu não deixar tocar a campainha? Ambiente pesado? Ou eu? Pesada? Com muitas preocupações.

Ah teve xixi na cama tbm. Na casa do pai não rolou, na casa da minha mãe não rola, só em casa.

Que coisa não?

Já me disseram que xixi na cama é psicológico, até na idade dele, na idade dele? Quase quatro? Não sei.

Ser leve. Seja leve. Sê leve.

Que saudades daquele uivo...

Que saudades de quem uivava para mim.....

Engraçado esse movimento, de querer algo que não se tem ou não se seja...

Explico, na ânsia de querer, por exemplo, escrever algo memorável, algo que dure para sempre, dure porque é tão verdadeiro e tão bonito que é real a cada vez ou a toda vez que se lê. Acabo me julgando "não capaz", é eu acho que tem diferença nas palavras a pesar da definição do dicionário, e então eu sento, sento e espero, sento e lamento, deixo de produzir. Deixo passar, deixo isso ir embora.

Outra coisa que penso é que se queremos ser ouvidos precisamos falar. Precisamos nos expor. Precisamos arriscar.

E aí como se sai desse ciclo? Desse fundo do poço? Como ser uma observadora atuante ou uma pesquisadora ativa?

Perguntas que não tem respostas. Perguntas que me constroem, ou será que me desconstroem?

Movem ou paralisam?

Venta ou aterrisa?

Queria me livrar dessas amarras. Voar.

Reagir.

Levantar.

Erguer a cabeça, deixar de desejar que o outro faça por mim.

A melhor foto? Só eu posso tirar.
A melhor escrita? Só eu posso escrever.
O melhor riso? Só eu posso ter.

Deixar na mão do outro eu me soltar não vai acontecer. Além de ser totalmente insano e injusto.

Reaja.

Aja.

Keep trying...

A lista - Osvaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha Quantos você desistiu de sonhar! Quantos amores jurados pra sempre Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava Quantos você conseguiu entender Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber Quantas mentiras você condenava Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo Eram o melhor que havia em você Quantas canções que você não cantava Hoje assovia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Osvaldo Montenegro

Gosto de ter uma árvore de Natal piscando, por menor que seja a árvore ela  me enche o coração.
Sempre foi assim, é como se a felicidade tivesse chegado e a tristeza tivesse ido embora.
Me lembro de ansiar por essa época em dias mais doloridos.
As luzes que piscam, as luzes que dançam. A alegria que nasce e eu renasço.

Espero que este ano minha árvore consiga me encher de energia para um próximo ano.

Espero que os dias ruins passem e eu consiga me equilibrar.

Tenho a certeza que vou continuar tentando.
Continuar esperando mesmo sem saber o que.

Um lindo Natal para nós.